
Como a Tragédia do Haiti serviu para vir a publico, o como aquele País dentro de uma desestrutura social e política desumana, esse diplomata da intolerância nos serve para refletirmos sobre quais os avanços e atraso de nossas estruturas democráticas e pluralistas. Isso nos faz lembrar como Marco Frenete sita em seu livro Preto e Branco a importância da cor da pele, aponta o que “ aconteceu na Alemanha pós guerra, onde reportes do mundo todo momentos depois do final, queriam entrevistar famílias nazistas para saber como ficaram ao término da guerra, esses jornalista ficaram pasmos, não encontraram uma família Nazista se quer. Esse fenômeno é conhecido em psiquiatria como Unterdrückung quer dizer “forçar para baixo” empurrar para debaixo do tapete a vergonha da nação.”Assim é tratado a questão racial no país, onde a maioria é composta de negros e pardos e são tratados como minorias, com sérios problemas de inclusão social . Nosso Cônsul da Intolerância levantou o tapete, cabe a nós, avaliarmos o panorama escancarado que esse diplomata nos propiciou. A indignação existe em cada negro, que não precisa de muita idade pra trazer em sua experiência pessoal, um tipo de discriminação, traduzir esses episódios individuais em reflexão política, os movimentos negros se empenham dia a dia, para esses avanços, hoje se sabe que em âmbito nacional, as religiões de matrizes africanas (umbanda, candomblé e etc..) já não são representadas somente por negros, essa pluralidade étnica é positiva e deve fortalecer essas religiões, nem sempre vemos isso acontecendo, o que vemos Babalorixás e Yalorixás em nome da unidade criar ações individuais com intuito único de fortalecer suas imagens, uma manifestação do ego pessoal. E quanto à população negra, até que ponto na sua maioria esta voltada a sua ancestralidade africana, ou não recorreu a um facilitador moderno a aderirem ao Gospel oriundo de negros da America do Norte? Independente do que as estatísticas apontem temos que nos unirmos por um país justo, laico que somos com direitos reservados pela nossa constituição. Sermos mais ostensivos em nossas manifestações culturais, mostrar cada vez mais o sorriso negro, sair com seus fios de contas, participar de organizações sociais, em busca da melhor qualidade de vida, e sempre gritar por seus direitos. Quiçá um dia não precisemos de Diplomatas da Intolerância que levantem tapetes porque não haverá sujeira de qualquer natureza e aqueles que representam seja de fato, uma tragédia do passado representado apenas nos livros de história. E que nossas caminhadas contra a intolerância, sejam caminhadas de milhares de pessoas pela celebração da vida e diversidade.
SÉRGIO CUMINO