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REFLEXÃO DE UM ABIÃ

São textos criados como reflexão sobre o ser humano e seus mitos. Com um olhar peculiar de quem vem procurando caminhos e explicações sobre a existência através da diversidade. Difundir esses textos via rede, foi um apelo de alguns amigos que acatei com muito cariinho, e me servira como laboratório para projetos maiores, portanto espero que gostem, façam seus comentários, indique a outros amigos ampliando a rede para que os textos ajudem de alguma forma aqueles que como eu, procura ler e reler caminhos trilhados.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

REFLEXÃO DE UM ABIÃ - ABIÃ A PROCURA DO TEMPO

REFLEXÃO DE UM ABIÃ = ABIÃ A PROCURA DO TEMPO

“Rejubile-se de seus poderes interiores, porque são
os criadores da totalidade,da plenitude e da santidade que existe em você” Hipócrates


È comum ouvir falar que o tempo do homem, é diferente do tempo, espiritual, cheguei a vir uma camiseta com uma mensagem escrita: “O tempo de Deus é diferente do tempo do Homem”. Em ambos os casos, têm em comum o tema da separação. Talvez o ponto seja justamente oposto, quando falamos pela ótica mítica e até mesmo a da Física, vemos que tempo é um só, porque à medida que assumimos existir um tempo espiritual ou de Deus e o do homem, outro, perdemos o que é essencial a consciência do tempo quantum. Nessa simples questão, vemos aí uma visão judaico-cristã, o que torna totalmente paradoxal a integridade com os mistérios da natureza, e cosmo. Conhecemos como tempo o cronológico, biológico, e psicológico, e se vemos Orisá como energia, essa força mitológica não tem data, tempo, e sim força cósmica, portanto atemporal. Essas forças, energias, nossos Orisás pulsam em nós ,em nossas células, assim como nos elementos da Natureza, onde tudo esta conectada por uma mesma inteligência, a da mente, das células, das ervas, água, fogo todos os elementares, portanto a questão do tempo, não é dividida e sim integrada, o tempo é um só, o qual os psicanalistas chamam de continuum. A física quântica já aponta que a mesma cosmologia que habita em nosso corpo é a mesma que habita no cosmo. Einstein e outros tantos Físicos derrubaram esse velho modelo de espaço-tempo, substituído por um tempo fluido, intemporal, de transformação constante. Esse tempo quântico não é separado de nós – ele é nós. Nosso corpo é um organismo que flui com a força de milhões de anos de inteligência. O que nos separa não é o Tempo e sim a consciência de nós mesmos, se mudarmos a percepção, como vemos nós mesmos causaremos imensas mudanças em nosso corpo e nosso espírito, em nossa percepção do tempo. Portanto o que nos separa de Deus não é o pecado e sim a percepção de nós mesmos. A ciência moderna começa a descobrir esses fatos, mas há séculos que tradições espirituais através de suas mitologias revelam a integração do homem com essa inteligência. Na índia o fluxo da inteligência é chamado de prana (Força vital) e nós a conhecemos em nossa mitologia Afro-Brasileira como Asé. Na realidade quando ficamos integrados com as inteligências da natureza, passamos a ter uma única concepção de tempo,assim como novo paradigma passa a nos ver não só como parte do cosmo, e sim como o próprio cosmo, onde o tempo de Deus e dos espíritos é o mesmo que o nosso, porque se Deus é onipresente, onisciente,é vida, é tudo, Deus então é nada e o tempo passa a ser um só. Na ótica do velho paradigma, nos vemos como entidades separadas, portanto criamos o caos entre nós e as coisas lá fora. Há um provérbio indiano que diz: “O medo nasce da separação” e todo tipo de violência contra nós mesmos e contra o próximo, que surge com o medo. O novo paradigma na realidade nos permite atravessar a fronteira que dividia mente, corpo e espírito. Quando uma pessoa reclama do abandono do Orisá na realidade ocorreu uma ruptura com sua própria essência, mas quando pedimos por caminho levamos a mente à intenção da salvação pessoal. Se perder o contato com esse continuum da vida, a busca do caminho, do Asé, que está intrinsecamente ligada à criação, geramos, dualismo, preconceitos, intolerância, medo, insegurança e hostilidade de toda Natureza.

Sérgio Cumino

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